A Secretária-Geral do Conselho Nacional de Educação (CNE), Nilza de Sena, participou numa audição sobre Ensino de Português no Estrangeiro, no âmbito de uma conferência organizada pelo Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa (CRCPE), a 21 de março, no Palácio das Necessidades, sob a tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Num encontro com conselheiros regionais eleitos em França, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo, Alemanha e Espanha, presidido pelo Conselheiro do CNE, Vítor Gabriel Oliveira, a Secretária-Geral destacou a importância da língua portuguesa e do seu ensino, no quadro de um mundo cada vez mais globalizado e com problemas transversais.
Nilza de Sena destacou a comunidade de cerca de 290 milhões de falantes de português no mundo e a necessidade de afirmação da nossa Língua enquanto vetor de Identidade e Cultura, mas também do seu potencial na diplomacia económica contemporânea. Nesse âmbito, defendeu a promoção do português como língua de trabalho em Organizações Internacionais e nos palcos multilaterais de discussão e disse que essa conquista «só será possível com a afirmação de Portugal no contexto internacional e com a valorização da Língua Portuguesa como plataforma de entendimento entre espaços geográficos muito alargados».
A premissa de internacionalização a que aludiu requer «maior investimento na carreira docente, especialmente em Português, aumento da exigência em falar e escrever bem a nossa língua, formação contínua que aproveite parcerias com universidades portuguesas e, inelutavelmente, a otimização da tecnologia como ferramenta incontornável que a 4ª revolução industrial trouxe para ficar e que não deve ser desconsiderada».
Numa fase em que o diagnóstico de curto prazo enfrenta o tema da falta de professores e das desigualdades nos materiais didáticos utilizados, «o recurso a aplicações educativas, a podcasts, a vídeos educativos não substitui a criação e divulgação de conteúdos de leitura interessantes, embora sejam complementares no interesse e desenvolvimento da nossa língua em termos internacionais», referiu.
Concluiu que “é imperioso que as segundas e terceiras gerações de portugueses, a viverem fora do país, sintam vontade de apender bem o Português antes de desejarem o Inglês (ou outra língua internacional) cujo apelo digital ou contextual incentive pela utilização ou pela fonética acústica. Esse fator, é decisivo para Portugal no Mundo, e para os portugueses que no estrangeiro são os seus primeiros embaixadores».