A Presidente do CNE reuniu-se com dirigentes de associações de estudantes do ensino superior universitário e politécnico e do Conselho Nacional da Juventude. A reunião destinou-se a ouvir os estudantes sobre a situação do ensino superior em Portugal e o modo como perspetivam o próximo ano letivo no contexto de crise que afeta o País. Os presentes abordaram um amplo leque de questões, desde as condições de vida dos estudantes até ao modo como se tem vindo a desenvolver o Processo de Bolonha, nomeadamente o novo enquadramento pedagógico que era esperado.
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Entre outras questões, os estudantes referiram que, hoje, o movimento associativo se distingue da ação desenvolvida em períodos anteriores e se caracteriza por uma postura de negociação com as autoridades académicas e governativas, numa tentativa de resolução de problemas e de melhoria das condições de estudo.
A questão mais referida foi a que se prende com o funcionamento da Ação Social Escolar, designadamente as novas condições e os atrasos na atribuição das bolsas de estudo, o que coloca sérias dificuldades a muitos estudantes. Neste âmbito, foram relatadas situações de grande carência económica de estudantes e suas famílias bem como as várias respostas organizadas pelas associações de estudantes para acorrer aos problemas dos alunos em risco de abandono.
O financiamento do Estado às instituições de ensino superior e a tendência que se verifica de aumento do valor das propinas foram assuntos também analisados durante a reunião.
Quanto ao Processo de Bolonha, foi referida a necessidade da sua mais ampla e adequada concretização, designadamente no plano da organização pedagógica dos cursos. Alguns aspetos, como é o caso do suplemento ao diploma, carecem de melhor concretização uma vez que as instituições manifestam dificuldade em fazer a acreditação de competências adquiridas em atividades extracurriculares. Também a participação dos estudantes na avaliação dos docentes e a necessidade de garantir a formação pedagógica dos professores do ensino superior foram insistentemente referidas.
Foram igualmente referidas as restrições existentes para alargar a mobilidade dos estudantes portugueses no âmbito de programas europeus, estando em causa a exiguidade das comparticipações e as dificuldades das famílias.
Na reunião estiveram também presentes a conselheira Maria Calado, membro da Comissão Coordenadora do CNE, os conselheiros representantes dos estudantes do ensino superior e a assessora Teresa Gaspar.