IAVE apresenta os resultados do projeto PISA 2022
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) apresentou no passado dia 5 de dezembro os resultados do Projeto PISA 2022. A sessão contou com a presença do Senhor Ministro da Educação e de Tiago Caliço, analista em educação na OCDE.
Os resultados agora divulgados revestem-se de particular importância ao nível da formulação das políticas públicas de educação e, ainda, pelo contributo para a avaliação da resiliência dos sistemas educativos, após a pandemia por covid19.
O Programme for International Student Assessment (PISA), desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), foi implementado em 2000, tendo como objetivo avaliar se os alunos de 15 anos estão preparados para enfrentarem os desafios da vida quotidiana. Neste quadro, o PISA tem avaliado, nomeadamente, se os alunos conseguem mobilizar as suas competências de leitura, de matemática e de ciências na resolução de situações do dia a dia. O estudo agora apresentado envolveu mais de 690 mil estudantes de todo o mundo e envolveu um total de 81 países e regiões.
Este ano o foco do programa foi a literacia matemática, embora as restantes áreas tivessem sido avaliadas. Os resultados demonstraram um agravamento das dificuldades dos jovens na realização de tarefas básicas a Matemática e a Leitura, sendo que em Portugal, os resultados obtidos a partir da prova de Matemática do PISA, realizada por cerca de sete mil estudantes portugueses, vão ao encontro desta tendência. Segundo Tiago Caliço, “Portugal é um típico país médio da OCDE”.
Tendências no desempenho a matemática, leitura e ciências em Portugal
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| Fonte: OCDE, PISA 2022 Base de Dados, Tabelas I.B1.5.4, I.B1.5.5 e I.B1.5.6 |
Por outro lado, o relatório reconhece a dificuldade em apontar uma única causa explicativa para esta tendência mundial de descida, sendo que a pandemia de covid-19 constitui, certamente, um dos fatores a considerar, mas não em exclusivo.
O Programa PISA, avalia igualmente a equidade dos sistemas educativos e o bem-estar dos alunos em contexto escolar. A nível da equidade, o estatuto socioeconómico das famílias continua a ter impacto no sucesso educativo. Em termos de bem-estar, o estudo revela que os alunos portugueses são os que melhor se sentem na escola, referindo que esta é um local seguro, com poucos casos melhor de bullying identificados pelos estudantes. Nos inquéritos realizados aos alunos portugueses 82% afirmam sentir-se parte da escola, sendo a média da OCDE de 75%. O estudo revela, ainda, que em Portugal se verificou um aumento de alunos imigrantes nas escolas - de 7% em 2018 para 11% em 2022.
Os dados do PISA revelam, ainda, que a percentagem de encarregados de educação envolvidos na escola e na aprendizagem diminuiu substancialmente entre 2018 e 2022, em muitos países/economias. Este foi também o caso de Portugal.
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| Volume 1 |
