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Escolas à Descoberta de Abril: A esperança da liberdade que se tornou um hábito de todos os dias.
O Conselho Nacional de Educação, em parceria com os Centros de Formação de Associações de Escolas (CFAE) do Algarve, realizou a 10 de novembro, em Portimão, o primeiro encontro regional, no âmbito do projeto EDA50, Escolas à Descoberta de Abril. O encontro decorreu no auditório do Teatro Municipal de Portimão e juntou, num ambiente intimista, intenso e de grande cumplicidade, alunos, professores, diretores de Agrupamentos/Escolas e outros convidados.
Este é um projeto que valoriza as pessoas, as singularidades de cada contexto e que permite outras abordagens pedagógicas e curriculares que contribuem para que os alunos possam, num processo de coautoria, adquirir e desenvolver conhecimentos e competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO), conforme referiu o Presidente do CNE na sua intervenção inicial.
As escolas tornam-se Vida através de projetos como o EDA, sendo esta uma oportunidade para vivermos a escola, o currículo, as relações e as formas de trabalhar de uma outra forma.
Domingos Fernandes, Presidente do CNE
Intervenção do Presidente do CNE
O Encontro começou com um momento de celebração conjunta de Abril, com os Ensemble, um grupo especificamente criado para este evento de partilha, numa homenagem a José Afonso. Os músicos, que são Professores do AE da Bemposta - Mariana Picado (Voz), Yekaterina Kuchinskaya (Violino), Gonçalo Duarte (Guitarra), Valter Alexandre (Piano), Jorge Caeiro (Acordeão) e Bruno Martins (Contrabaixo) - encantaram a plateia com a interpretação de três obras musicais de Zeca Afonso: Redondo vocábulo, A morte saiu à rua e Venham mais cinco.
Grupo Ensemble
As conferências
Através dos respetivos olhares e perspetivas, os conferencistas, João Guerreiro e José Glória Alves, trouxeram para o encontro oportunidades únicas para celebrar Abril e para refletir sobre o seu significado na história contemporânea de Portugal, da Europa e do Mundo. João Guerreiro, da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, numa contextualização histórica do antes, durante e após a revolução de 1974, levou o público a revisitar “um novo ciclo social” do 25 de abril, enquanto que o Coronel José Glória Alves recordou, com emoção, “a revolução a Sul”, na qual se orgulha de ter participado, pois, sendo filho e neto de algarvios, nada o faz sentir mais orgulhoso do que o privilégio de ter contribuído para levar à terra dos avós, “a esperança da liberdade que se tornou, hoje, um hábito de todos os dias”.
As partilhas das escolas
O projeto EDA é uma oportunidade para dar sentido e significado aos valores humanistas e democráticos que caracterizam o nosso sistema educativo; um exemplo do que as escolas, os alunos e os professores são capazes de fazer.
Domingos Fernandes, Presidente do CNE
As Escolas, para além de apresentarem os produtos que elaboraram durante o primeiro ano de implementação do projeto EDA, falaram da importância do trabalho de pesquisa e das entrevistas que realizaram junto daqueles que viveram o antes, o durante e o depois do 25 de abril.
“Nas profundezas de Abril” é o tema do projeto da Escola Secundária de Loulé que se materializa num e-book e que traduz o trabalho realizado por alunos e professores na (re)descoberta da mina de Sal-Gema e do café Calcinha, ícones locais da revolução.
O AE da Bemposta, numa abordagem transdisciplinar, levou alunos e professores a compreenderem, junto da comunidade, sentidos e significados de Abril que, posteriormente, recriaram e reinterpretaram através da arte, tal como se pode ver no vídeo que produziram alusivo ao tema “Associativismo: uma vivência democrática”.
No AE Tomás Cabreira, entretanto visitado pela TSF, no contexto da divulgação desta iniciativa, passaram figuras públicas como o político Cavaco Silva ou o jornalista e escritor Mário Zambujal. Alunos e professores recolheram depoimentos de antigos estudantes e elaboraram um documentário com testemunhos que ajudam a compreender e a contextualizar a importância da liberdade e da democracia.
“Vivências de Abril na Escola Tomás Cabreira” é o título do projeto que permitiu conhecer uma escola muito diferente daquela que existe hoje; à época, e como refere uma das entrevistadas, tratava-se de “um ensino onde rapazes, raparigas e professores entravam por portas distintas”.
Redescobrir o 25 de Abril
O projeto EDA cria oportunidades para que alunos e professores possam redescobrir, à esfera local, sentidos e significados de liberdade e democracia através da construção de uma cronologia do impacto da revolução de abril, uma vez que têm a oportunidade, única, de dialogar e recolher informação relevante junto das pessoas que viveram o momento da revolução e que têm consigo e nas suas memórias uma visão comparativa do antes e do depois, tal como foi evidenciado na apresentação de produtos de cada Escola.
No encontro regional do Algarve, as Escolas foram desafiadas para se inscreverem e, acompanhadas pelo CNE, partirem à Descoberta de Abril. Trata-se de uma oportunidade para viver a escola de uma outra forma, com outras abordagens pedagógicas e curriculares e conseguir concretizar projetos que revelam a qualidade e a excelência do que se faz nas escolas. O CNE quer continuar a dar a vez e a voz às escolas, pelo que um dos objetivos é que, em cada ano, e até 2026, 50 escolas possam trabalhar na concretização de projetos e na construção de um acervo documental que perpetuará conhecimento e memórias para cuidar da democracia e da liberdade.